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Review: O melhor jogo de Pokémon dos últimos tempos se chama The Legend of Zelda Echoes of Wisdom

The Legend of Zelda Echoes of Wisdom CAPA

Echoes of Wisdom aponta um caminho promissor para The Legend of Zelda e também para Pokémon

Quando comecei minha nova aventura por Hyrule, sabia que as coisas seriam diferentes. Afinal, depois de quase três décadas acompanhando o herói predestinado a salvar o dia, enfim chegou o momento de brilhar como Zelda, a verdadeira dona da franquia. Encarar os desafios como uma feiticeira sagaz, não um espadachim agressivo, por si só prometia uma experiência bem diferente. Porém a natureza de sua magia me trouxe com uma sensação um tanto inesperada. Echoes of Wisdom, novo game do Nintendo Switch, não é apenas um ótimo The Legend of Zelda. Este é simplesmente o melhor jogo de Pokémon que eu joguei nos últimos tempos!

Ficha Técnica

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Título: The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom

Plataformas: Nintendo Switch

Data de Lançamento: 26 de setembro

Gênero: Puzzle, Ação e Aventura, RPG

Desenvolvedora: Nintendo e Grezzo

Distribuidora: Nintendo

Descrição: A Princesa Zelda encara uma aventura para salvar Link usando magia de cópia e imaginação.

Sobre o que é Echoes of Wisdom?

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Curiosidade é a força motriz de Echoes of Wisdom (Créditos: Nintendo)

Neste game, pela primeira vez na franquia, o jogador assume o papel da Princesa Zelda, filha do governante do Reino de Hyrule, quando as coisas saem de controle. Em uma batalha contra o vilão, Ganon, Link acaba sendo sugado para um mundo de escuridão que ameaça tomar conta de todo o Reino. Cabe então à princesa, a sacerdotisa da profecia, aceitar a missão de resgatar o herói caído e por um fim neste cataclisma.

Porém, diferente do protagonista tradicional que luta com uma espada, Zelda não conta com uma arma em seu arsenal. A jovem usa apenas magia. E dessa vez, ao invés de contar com a benção das Deusas fundadoras de Hyrule, sua ferramenta principal será a magia de duplicação oferecida pelo espírito Tri, de outra dimensão. Tudo que encontrar pela frente pode se tornar uma arma em suas mãos, como um eco. E é precisamente por este motivo que Echoes of Wisdom funciona tão bem como uma experiência revolucionária de Pokémon.

Por que Echoes of Wisdom é um ótimo Pokémon?

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Monstros lutam por você como Pokémon (Créditos: Nintendo)

Não basta a câmera aérea e o caprichado visual plastificado, que lembra brinquedos que deixam Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl no chinelo. O sistema de combate simplesmente consiste em invocar monstros que surgem de uma luz mágica para enfrentar outros monstros de tipos diferentes. Soa familiar? Como o sistema de invocação é a base de tudo neste jogo, as batalhas não seriam diferente. E a forma como as lutas se desenrolam soam como uma versão simplificada e em tempo real de Pokémon.

Até mesmo a forma como novos monstros são obtidos, capturando a sua essência após serem derrotados em combate, lembra o primo feio dos consoles da Nintendo. A principal diferença é a limitação de invocar apenas uma quantidade limitada de criaturas com diferentes custos de magia, de uma forma não muito diferente do jogo de cartas Magic the Gathering. Confesso que no início faz falta ter um contato mais direto com os inimigos. Uma boa e velha porrada. Mas conforme o sistema de magia vai ficando mais claro, as coisas ficam mais interessantes.

Diferentes invocações, bem específicas, fazem as vezes das magias tradicionais. Zelda não aprende uma magia de fogo, ela aprende a invocar criaturas acaloradas, como um Ignizol. Ela não descobre como escalar paredes lisas, mas doma algum ser que consiga carregá-la por qualquer terreno, como uma Escátula. Assim, os monstros ajudam sua mestra a enfrentar os mais diversos obstáculos de forma criativa, uma lição que os games de Pokémon ainda não aprenderam até os dias de hoje. Criar essa relação de confiança entre treinador e Pokémon, de que podem encarar aquele mundo hostil junto e que nada pode pará-los, dentro ou fora de combate.

Por que Echoes of Wisdom é um ótimo The Legend of Zelda?

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Masmorras clássicas de The Legend of Zelda ganham mais liberdade (Créditos: Nintendo)

Mas além de deixar os Mestres Pokémon sonhando com um futuro melhor, Echoes of Wisdom também acerta bem na construção de Zelda como uma feiticeira poderosa, versátil e engenhosa. Consolidando essa ideia de que as invocações servem como um arsenal quase ilimitado de feitiços, o game captura aquela essência imprevisível que uma bruxa carrega consigo, de que pode criar qualquer coisa com sua magia. Mariposas, paredes de água, fogos de artifício… Tudo pode acontecer, com o eco certo.

Tamanha liberdade lembra outro título bastante revolucionário na franquia: Breath of the Wild. O grau de criatividade que este clássico moderno adicionou na franquia quebrou para sempre a fórmula de The Legend of Zelda. Esta não era mais apenas uma saga sobre exploração e aventura. Imersão e expressividade ilimitada dos jogadores se tornaram sinônimo com a franquia, em especial na cabeça dos jogadores mais jovens. Não tinha como voltar para como as coisas eram antes, mesmo que tivesse muita coisa interessante no seu passado. Breath of the Wild foi um rompimento definitivo com décadas de legado.

Echoes of Wisdom é um pedido tímido de reconciliação. O título não abre mão desta grande revolução criativa da fase mais moderna da franquia. Mas também decide não sacrificar a estrutura antiga que encantou gerações desde A Link to the Past. A saga retornou às suas raízes de exploração de masmorras e templos, com mais desafios lógicos do que nunca para resolver. Só que dessa vez, os jogadores são convidados a resolver da maneira que acharem melhor.

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Ecos raros são um tesouro valioso em Echoes of Wisdom (Créditos: Nintendo)

Inclusive, apesar da história estar empolgante e mais original que de costume, sair do caminho principal nunca foi tão recompensador em um Zelda clássico. Nem estou falando do sistema de missões secundárias, que acrescenta objetivos opcionais interessantes com prêmios por vezes valiosos. Mas sim da própria exploração do mapa que traz recompensas inestimáveis: ecos opcionais.

Desbravar cada canto do mapa revela novas ferramentas que podem mudar a forma que o jogador encara desafios no futuro. Ecos revolucionários, como o peixe-bomba, podem ser encontrados com mais facilidade fugindo do caminho principal, o que estimula uma exploração mais orgânica deste ambiente. Deixa aquela mesma sensação de Breath of the Wild, de que tudo pode acontecer a cada esquina. Um sopro de curiosidade em uma era em que os games estão cada vez mais automáticos.

The Legend of Zelda Echoes of Wisdom fecha de forma bastante elegante o ciclo de inovação da era Nintendo Switch. Um console que estreou chacoalhando todas as estruturas da indústria com Breath of the Wild se despede apresentando um título maduro, versátil e divertido — uma prova de como o Nintendo Switch não se perdeu ao longo da geração. Mais uma vez esta série olha para o futuro sem abrir mão de um link com o passado: uma mentalidade que pode render bons frutos na próxima geração da Nintendo.

The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom

Gabriel Mattos

The Legend of Zelda Reunião de Zoras
Visual
Roteiro
Jogabilidade

Veredito

Echoes of Wisdom reconcilia a exploração vasta do passado da série com a criatividade ilimitada do presente apontando um caminho glorioso para o futuro de The Legend of Zelda.

4.5

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