Crítica: Lunático e ridículo, Looney Tunes: O Dia Que A Terra Explodiu é um clássico moderno feito aos moldes de clássicos do horror

“Um cientista, um alien, um pato e dois porcos”

Com filmes sendo engavetados e estúdios se apoiando cada vez mais em animações 3D, um filme como Looney Tunes: O Dia Que A Terra Explodiu é uma verdadeira lufada de ar fresco. Trazendo o melhor da franquia Looney Tunes, O Dia Que A Terra Explodiu é uma mistura gostosa de sentimentos nostálgicos, seja para os fãs de horror, seja para os que amavam a dupla Patolino e Gaguinho em Duck Dodgers, seja para os que apenas adoram os clássicos personagens da Warner Bros.

“De coisa estranha, eu entendo”

A Bolha Assassina. O Enigma de Outro Mundo. Invasores de Corpos. O Dia em que a Terra Parou. O medo do que vive no espaço é algo que foi retratado nos últimos 70 anos do cinemas. De filmes preto e branco até ficções científicas de cachês bilionários, diversas produções se debruçaram em uma grande questão: O que está lá fora?

De acordo com Patolino, essa não é a pergunta que deveríamos estar fazendo. Não por que existem debates mais importantes, mas porque ele já sabe o que há no espaço e inclui desde um alienígena amante de bubble tea até chicletes controladores de mente. Essa é apenas a ponta do iceberg da loucura caótica que é Looney Tunes: O Dia Que A Terra Explodiu.

No longa, acompanhamos a adoção de Patolino e Gaguinho por um fazendeiro. Agora irmãos, os dois precisam encontrar uma forma de sobreviver em um mundo que não comporta um pato neurótico e um porco gago. O que significa não apenas encontrar um trabalho que os possibilite reformar a casa do pai como também enfrentar uma invasão alienígena iniciada em uma fábrica de chicletes.

No melhor tom do clássico dos anos 70, Invasores de Corpos, vemos Patolino entrar no seu modo Mulder de Arquivo X enquanto tenta avisar seu irmão e principal confidente Gaguinho da invasão. Tudo isso enquanto o porco inicia um flerte com Petúnia, uma personagem que não é tão fofa quanto parece.

Apesar de repetir a “dobradinha” Patolino e Gaguinho da série Duck Dodgers, o novo filme não se debruça em antigas dinâmicas. Pelo contrário, o lado mandão do pato toma uma vertente diferente enquanto o porco se transforma em uma espécie de líder do grupo.

Mas, a verdade é que o ponto forte de O Dia Que A Terra Explodiu não é sua história. Quem consome os filmes e séries da franquia Looney Tunes sabe que seus roteiros não se debruçam no esperado, o que significa que toda obra é recheada de reviravoltas cômicas e sem sentido. Desta forma, o que brilha em cada momento do filme é sua animação.

O diretor Peter Browngardt conseguiu construir momentos de arrepiar a espinha enquanto se preparava para a próxima piada. Tudo isso com muita cor, alto contraste e uma personalidade que não vemos em boa parte das animações recentes. Nesse sentido, Looney Tunes é mágico por nos fazer lembrar que ainda há espaço para histórias esquisitas e cheias de “coração”.

Diferente das diversas sequências e adaptações em live-action que temos visto tomar conta de estúdios como a Disney, o novo Looney Tunes aposta suas fichas na criatividade, ousadia e talento de seu time criativo. Em uma época de correntes de redes sociais envolvendo Inteligência Artificial e o roubo descarado de artistas, sentar na frente de uma tela e mergulhar em uma produção como essa é um verdadeiro privilégio.

O Dia Que A Terra Explodiu é o tipo de filme que não é necessário discutir muito, apenas sentir a maravilhosidade impressa em cada tela. O curioso aqui é que, mesmo com seus personagens caricatos e sem grandes mudanças ou um roteiro que não tenta reinventar a roda, o longa consegue conquistar a cada momento. Seja o adulto que cresceu com esse universo, seja a criança que não teve a oportunidade de conhecê-lo.

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