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Review: Elden Ring Shadow of the Erdtree é um novo jogo disfarçado de dlc

Elden Ring Shadow of the Erdtree

Elden Ring Shadow of the Erdtree

A dlc reforça e refina grande partes das qualidades de Elden Ring

A From Software é um estúdio que se tornou cada vez mais relevante no mundo dos jogos com suas produções desafiadoras que moldaram toda a indústria e criaram uma legião de fãs fiéis. Elden Ring, lançado em 2022, leva o conceito do combate e exploração de Dark Souls para um outro nível atingindo um novo patamar de sucesso com seu mundo aberto vasto.

Em 2023 tivemos o anúncio da dlc chamada de Shadow of the Erdtree, aumentando ainda mais as teorias sobre o mundo de Elden Ring e também do que esperar na próxima aventura. A From Software tem um ótimo histórico com dlc, seja em Dark Souls ou então em Bloodborne, sendo conhecidas por aprimorar os conceitos do jogo em questão e trazer desafios ainda mais memoráveis. Aqui ela expande ainda mais as Terras Intermédias, mas de uma forma concentrada, refinando alguns aspectos da produção original em uma experiência que poderia facilmente ser um jogo próprio.

Ficha Técnica

elden ring capa

Título: Elden Ring Shadow of the Eerdtree

Plataformas: PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series S/X e PC

Data de lançamento: 21 de junho de 2024

Desenvolvedora: From Software

Descrição: Explore o Reino das Sombras, uma terra destruída numa batalha esquecida e incendiada por Messmer

Miquella e o Reino das Sombras

Mundo
Explore cada canto do Reino das Sombras

Miquella, o irmão gêmeo de Malenia é um nome marcante para quem jogou Elden Ring, e ao longo do jogo descobrimos que ele abandonou sua carne e partiu para um outro mundo.Ao enfrentar Mogh, um dos chefes mais desafiadores da jornada nos deparamos com um ovo onde supostamente está o corpo de Miquella,e é ele a porta para o novo cenário, o Reino das Sombras, um local tomado por uma guerra e incendiada por Messmer, um nome de muita importância nesta nova aventura. Ao chegar no local estamos livres para explorar onde quisermos e conhecer os novos inimigos e personagens.

Durante a divulgação de Shadow of the Erdtree foi dito que a dlc teria o tamanho de Limgrave, uma área extensa de Elden Ring, talvez quando o desenvolvimento estava mais no começo o Reino das Sombras teria esse tamanho, mas não é o caso. Aqui temos quase uma versão reduzida do mapa do jogo original, o que justifica as mais de 30 horas que se leva para completar a jornada pelo novo conteúdo.

Mas mais importante do que seu tamanho está como como esse novo cenário é cuidadosamente construído. Ao adentrar o novo mapa pela primeira vez podemos ver diversos pontos interessantes no mapa, um grande castelo, um golem flamejante, ruínas, montanhas e muito mais. Assim como em Elden Ring você pode visitar cada um desses locais e possivelmente ao aproximar dele notar ainda mais pontos de interesse.

A quantidade de conteúdo e locais para conhecer é tão grande que até mesmo quando estava me aproximando dos momentos finais do conteúdo, me deparei com um segredo que me levou para uma área inteiramente nova e que pode com facilidade ser perdida por ser opcional. Ele resgata a sensação de iniciar Elden Ring onde estamos adentrando um mundo que parece gigantesco e perigoso e lentamente vamos avançando e desvendando seus segredos fazendo com que o jogador entenda o que aconteceu com esses locais, coletando itens e conversando com outros personagens pelo caminho.

A riqueza visual também se mantém, durante a jornada podemos ver regiões arruinadas, campos floridos, castelos gigantescos, tudo é fantástico e amedrontador ao mesmo tempo e está constantemente prendendo a atenção do jogador para descobrir mais sobre o Reino das Sombras. É delicioso explorar cada detalhe ou somente parar para admirar o caminho que já foi percorrido ou que aguarda na estrada à frente. Junto disso, temos a trilha sonora que dá o tom de cada um dos locais, seja algo épico deixando ainda mais emocionante suas batalhas, ou uma música sinistra indicando aumentando a tensão do que se aguarda à frente.

Durante a exploração do mundo aberto podemos encontrar algumas cavernas e catacumbas oferecendo um pequeno desafio. Em Elden Ring, esses locais se tornaram um ponto de reclamação pela quantidade e a pouca variedade entre elas, deixando um pouco tedioso após metade do jogo. Aqui temos menos quantidade, mas uma maior variedade, em particular as catacumbas que são bem maiores e escondem ainda mais segredos e chefes que podem ser extremamente desafiadores.

Uma faca de dois gumes

Chefes
Shadow of the Erdtree oferece batalhas ainda mais desafiadoras

Mas sua vastidão é um grande acerto, e também um de seus deslizes. Em Elden Ring, muitos jogadores reclamaram sobre a repetição de chefes, alguns que aparecem mais de 5 vezes pelo mapa do jogo. Em Shadow of the Erdtree, houve uma tentativa de remediar o problema. Com isso, existem alguns locais similares com as catacumbas que não apresentam um chefe, o que em um primeiro momento pode se mostrar decepcionante, mas acaba entregando um desafio um pouco diferente para o jogador.

Mesmo com a tentativa na dlc, ainda temos uma repetição de chefes, até mesmo alguns do jogo base. Certos até apresentam um significado narrativo para sua repetição, mas outros que deveriam ser únicos acabam aparecendo novamente, o que reduz um pouco o impacto da criatura.

Assim como Elden Ring, Shadow of the Erdtree é gigantesca e não parece ter a necessidade de trazer a repetição de chefes, já que ela acaba fazendo o jogo parecer inchado demais e que algumas coisas só estão ali para estender sua duração.

A dificuldade também é um acerto e um erro para a dlc. Assim como o conteúdo adicional dos outros jogos da From Software, ele é construído pensando que o jogador já tenha terminado o conteúdo original ou pelo menos avançado uma boa quantidade. Com isso, o início pode ser um pouco desafiador para quem terminou Elden Ring em 2022 e está retornando agora.

Uma forma de remediar esse problema é o sistema de progressão da dlc. Durante a exploração do Reino das Sombras você irá encontrar Fragmentos da Umbrávore que serve para aumentar uma espécie de nível que só funciona dentro do novo cenário. Esse sistema ajuda a nivelar seu personagem para os desafios do local fazendo com que em sua maioria, todo personagem que adentre o local esteja começando do zero seja você alguém que só terminou o jogo em seu lançamento ou um jogador mais dedicado que montou a build perfeita para seu personagem.

Como a dlc espera que você já tenha contato com Elden Ring, os chefes estão em um nível diferente, seja em visual ou em dificuldade. Assim que o jogador se encontra com o primeiro chefe principal do Reino das Sombras é possível notar como as animações estão cada vez mais fluídas e admirar o espetáculo visual que são seus ataques, algumas dessas batalhas podem facilmente ficar marcadas como uma das melhores do estúdio.

Mas isso também traz uma adição na dificuldade, já que com a quantidade de efeitos e balanços na tela pode se tornar um pouco mais complicado de entender o que está acontecendo, principalmente com chefes maiores já que a câmera não sabe muito bem como se comportar.

No geral, a dificuldade dos chefes se assemelha aos momentos finais de Elden Ring, o que pode ser algo significativo para quem está a muito tempo sem contato com o jogo. Apesar disso, o Reino das Sombras oferece recursos e desafios um pouco mais simples para habituar o jogador novamente e incentiva que o jogador explore bem cada uma dessas regiões, seja pelos Fragmentos da Umbrárvore ou novas armas.

Seu grande problema está na reta final dessa jornada, alguns dos chefes finais apresentam um desafio tão elevado que a diversão acaba dando espaço para a frustração constante. Em particular o último chefe se compara com a Malenia em termos de frustração, trazendo alguns combos e golpes que exigem a completa perfeição do jogador para que não seja a morte certa.

O que torna a dificuldade em algo divertido nestes jogos é a sensação de constante aprendizado a cada morte, aos poucos decifrar a estratégia de seu oponente para então superá-lo e isso é algo que não está presente em grande parte deste pedaço final, deixando somente uma sensação de alívio pelo fato de que não será necessário enfrentar esse chefe novamente.

Além dos chefes, as armas também receberam um carinho especial e novos tipos que dão ainda mais liberdade aos jogadores. Entre as novidades temos katanas grandes, novas armas de mão, lançadores de perfumes e algumas outras. As animações da maior parte das novas armas são ainda mais fluídas, principalmente as mais leves, dando ainda mais a impressão de que seu personagem está dançando pelo campo de batalha. Outras oferecem novos modos de atacar seu inimigo, coisas como ser possível criar combos utilizando ataques fracos e fortes com mais facilidade, dando ainda mais profundidade ao combate.

Apesar de não ter grandes problemas, existem alguns bugs específicos que podem atrapalhar durante o jogo. Os principais são algumas quedas de FPS ocasionais no PlayStation 5 em certos pontos do mapa, principalmente no primeiro chefe principal e também um erro que faz com que não seja possível invocar outro jogador próximo a área de chefes.

Elden Ring Shadow of the Erdtree

Ygor Ferreira

Nota
Narrativa
Jogabilidade
Visual

Veredito

Elden Ring Shadow of the Erdtree é uma DLC massiva, e aprimora grande parte dos pontos positivos do jogo original. Por entregar o mesmo sentimento de exploração mas em ritmo mais conciso e condensado, acaba se provando melhor do que seu conteúdo base, apesar de ainda cair em alguns deslizes do mesmo.

4.3

Esse jogo foi analisado com o código cedido pela Bandai Namco

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