Entrevistamos Kristhian Mancilla, de World of Warships, durante a gamescom latam
Com o avanço da tecnologia, as guerras entre navios ficaram muito mais interessantes do que uma simples partida de batalha naval. Mais do que apenas imaginar os combates, é possível vivê-los com muita intensidade com games como World of Warships, que esteve presente na gamescom latam com um estande muito concorrido. Conversamos um pouco com Kristhian Mancilla, Community Manager global do jogo, para entender como que este confronto de navios fisgou tanto o público brasileiro.
O que é World of Warships?
Para quem não conhece, World of Warships é um jogo multiplayer online de batalha de navios em tempo real lançado em 2015. Diferentes classes de navegações podem ser escolhidas, cada uma com atributos pensados para incentivar estilos diferentes de gameplays, seja ele mais agressivo ou mais tático. A ideia é se sentir como se estivesse comandando um navio de verdade, fazendo as manobras mais ousadas para conquistar a vitória.
Por que jogar World of Warships?
Conversamos com Mancilla para entender como um game com proposta tão simples conquistou um número tão expressivo de jogadores. E, segundo o porta-voz, existem dois grandes motivos que atraem as pessoas para Warships. O primeiro é a forte dedicação da equipe à precisão histórica.
“Os navios são perfeitamente modelados. Tem todo um cuidado de levantamento de fontes, ir atrás dos desenhos originais dos navios…”, explica.
Kristhian Mancilla
Todos os navios presentes no jogo existiram ou foram projetados para existirem de verdade, para o delírio dos entusiastas por navegações. E ter essa base na realidade traz uma riqueza de detalhes absurda que ajuda a vender a ideia de uma batalha real entre navios, que poderia acontecer no mundo real. Até porque muitas delas realmente aconteceram.
Ainda assim, os desenvolvedores souberam evitar a grande armadilha de se apegar demais ao realismo e esquecer de tornar as coisas divertidas, que deveria ser o foco de qualquer jogo. Para isso, a escala de ataques e até certos navios foi repensada para algo melhor equilibrado para as partidas, assim como a velocidade de cada ação. Colocar a jogabilidade em primeiro lugar é outro ponto que atraí os jogadores. “Batalhas navais que levavam às vezes dias… Enfrentamentos de uma hora, duas horas, levam às vezes vinte minutos.”
“Eu acho que a gente chegou em um ponto de equilíbrio. Por exemplo, o Yamato tinha um alcance de mais de 40 km com a artilharia principal. Isso é além da linha do horizonte, pra ele. No jogo tá reduzido para 20 e poucos quilômetros. O que já cobre o mapa inteiro.”
Navios inspirados no Brasil
A chegada de World of Warships na gamescom latam não é uma coincidência. O jogo está prestes a adicionar, ainda em julho, um navio brasileiro inédito, junto de uma coleção da América Latina. A nova linha contará com três encouraçados: Ipiranga, de nível VIII, representando o Brasil; Los Andes, de nível IX, representando a Argentina; e Libertad, de nível X, representando o Chile.
“Essa nova linha que a gente anunciou é baseada em um navio que já existe no jogo, que é o Atlântico. Ele foi um navio de evento, então ele estava disponível por tempo limitado. Quem pegou, pegou. Quem não pegou, não pega mais. Só que foi um evento bem recebido, até mundialmente,” revela Kristhian Mancilla.
Devido ao sucesso, a linha que contava até com encouraçados de nível III foi retrabalhada para atender aos jogadores mais experientes. Porém, o mais curioso é que este modelo foge do padrão histórico que a franquia tanto presa. “O Atlântico não é um navio histórico. Ele não existiu de fato. Ele é baseado em três projetos que o Brasil desenvolveu, ou estudou, enquanto estava buscando adquirir encouraçados no século XX,” explica.
A ideia de imaginar versões alternativas de navios que quase chegaram a existir não é única do modelo brasileiro. Kristhian afirma que é uma estratégia para conseguir trazer novidades ilimitadas para um jogo que já cobriu quase todo o período histórico possível. Mesmo esses navios alternativos ainda são fortemente pautados em pesquisas e planos que realmente existiram, para que o resultado faça sentido em meio a tanta coisa real.
Por que um navio brasileiro?
Talvez você possa estar se perguntando o motivo de tanto esforço para garantir a adição de um navio brasileiro no game. Afinal, o próprio Brasil, a nível mundial, não é conhecido por ser uma potência de inovação naval. Acontece que a relevância histórica é apenas um dos fatores levados em conta na hora de escolher por novos navios. A força da comunidade local pesa muito e o Brasil é o segundo território que mais consome World of Warships, segundo Mancilla, atrás apenas dos Estados Unidos.
Assim, faz sentido mercadológico focar mais na Panamérica que no continente europeu, por exemplo. A classe dos Encouraçados também é outra queridinha ao redor do mundo, com a exceção de alguns países asiáticos, o que tornou essa a categoria certa para o novo navio brasileiro.
Mais conteúdo para o Brasil
O tamanho da força da nossa comunidade é tanta que apenas um novo navio não seria o suficiente para os jogadores brasileiros. Em setembro, o jogo também vai incluir um comandante único baseado no Almirante Tamandaré, o Patrono da Marinha do Brasil.
“Ele tem habilidades especiais, como de outras nações. Cada nação tem um comandante especial que tem essas habilidades extras. E no caso da Nação Panamericana vai ser o Tamandaré,” adianta Kristhian.
Onde jogar World of Warships?
World of Warships é um game massivo online de estratégia e simulação para PC. Porém, com o tempo, surgiram outras versões que adaptam a jogabilidade original para mais plataformas. Primeiro, World of Warships: Legends chegou ao PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S. Depois, World of Warships Blitz foi lançado para plataformas mobiles, tanto em dispositivos iOS quanto Android.
Tem World of Warships para Nintendo Switch?
No momento, a Nintendo é a única grande plataforma sem uma versão de World of Warships. O jogo não está disponível para Nintendo Switch nem em sua versão Blitz, adaptada para outros ambientes mobile. Questionado sobre planos para o futuro próximo, Kristhian negou conhecer planos para um porte para a plataforma.
“Como a gente recentemente adicionou essa plataforma (mobile), por isso ainda não tem notícias que a gente vai expandir,” explica o representante. “A gente ainda está nessa fase de estabilização.”
Kristhian Mancilla, Community Manager global de World of Warships