Poc Con 2024: 6 artistas independentes LGBTQ+ que você precisa conhecer

Pandeki Turma da Mônica com Cavaleiro dos Zodíacos
Pandeki

Poc Con acontece anualmente próximo à Parada do Orgulho LGBTQ+ de São Paulo

Neste final de semana, São Paulo recebe uma nova edição da Poc Con, feira de quadrinhos e artes independentes LGBTQIAPN+. De entrada gratuita, o evento é um espaço de celebração da potência desta comunidade no meio da cultura pop. Animes, séries, filmes e animações ganham uma nova roupagem nas mãos de talentosos ilustradores que vendem ao público pôsteres, adesivos e outros produtos personalizados de suas franquias favoritas. Segue um guia do que conhecer no evento.

O que é a Poc Con?

A Poc Con 2024 é como uma versão condensada da épica CCXP, com um foco na produção independente LGBTQ+. O destaque do evento é o Vale de Talentos, que reúne dezenas de talentos nacionais que expõe e vendem quadrinhos e outros produtos artísticos no geral de Pokémon, Dungeon Meshi, Cardcaptor Sakura e outras franquias populares. Também acontecem painéis com especialistas e workshops para artistas novatos.

Onde e Quando acontece a Poc Con?

Todo ano a Poc Con acontece nos dias que antecedem a famosa Parada do Orgulho LGBTQIAPN+. Sendo assim, dessa vez o evento será realizado na sexta-feira, 31 de maio, e no sábado, 1º de junho, entre 15h e 21h, abrindo oficialmente o Mês do Orgulho. O espaço permanece o mesmo da última edição, no Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro, 1000, próximo ao metrô Vergueiro.

Quanto custa o ingresso da Poc Con?

Como de costume, não é preciso adquirir um ingresso para a Poc Con. O evento é completamente gratuito. Contudo é importante ficar atento a horário para não desanimar com uma fila gigantesca, que costuma se formar. A dica é chegar bem cedo, próximo ao início do evento, ou nas horas finais, quando o público começou a dispersar.

6 artistas e ilustradores LGBTQ+ para conhecer

Pandeki

Pandeki Cavaleiros dos Zodiacos
Cavaleiros dos Zodíacos pelas mãos do Pandeki

De cores pastéis e traço simples, porém convidativo, Arthur Pandeki conquistou um público fiel ao criar ilustrações nostálgicas, com um gostinho de infância. De animes clássicos, como Sailor Moon, a games esquecidos, como Goemon, navegar pelas obras do paulistano é mergulhar em uma viagem pelas próprias memórias. Isso quando não acontecem encontros inusitados em suas artes, como a mistura de Turma da Mônica e Cavaleiros dos Zodíacos. 

O ilustrador, que se identifica como um homem gay, ainda esconde um lado mais saidinho, que rende artes mais ousadas inspiradas em homens corpulentos que admira, conhecidos na comunidade como ursos. Personagens diversos, como o Super Mario e Fred Flintstones, já receberam esse tratamento especial, para o deleite dos fãs mais sedentos.

Iago Machado

Iago Machado Pokemon X Men
De canecas a ilustrações, Iago Machado fisga os nerds pelos produtos

Do canto mais gelado do Rio de Janeiro, Iago Machado construiu uma forte comunidade produzindo produtos cobiçados com artes exclusivas de personagens da Nintendo. Xícaras, garrafas e blusas espalham as criações do petropolitano pelas ruas do Brasil. Pokémon é a franquia mais presente em sua obra, que abusa de cores bem saturadas, ousadas e marcantes, junto a um traço grosso e bem delimitado, típico de artes oficiais de games.

Fabi Flor

Fabi Flor
Fabi Flor extrai a beleza das coisas mais fofas

Repleta de ursinhos, bonecas e outras fofuras, esbarrar nas artes de Fabi Flor é um convite para deixar as preocupações de lado e entrar em um mundo encantado. A ilustradora não-binária de São Paulo reflete parte de sua identidade em suas artes, cheia de cores pastéis e personagens fofos como Ursinhos Carinhosos, Monster High e My Little Poney.

A obra que mais lhe orgulha é uma atualização do conceito dos “Sete Monstrinhos”, um antigo desenho animado que marcou sua infância. “Porque através dela muita gente conheceu o meu trabalho,” conta em entrevista ao Gueto Geek. Em sua mesa na Poc Con, também era possível encontrar muitas ilustrações de homens másculos e outras obras mais sensuais, o que contrasta bastante com seu estilo adorável.

Ren Nolasco

Ren Nolasco
Ren Nolasco

Tons terrosos e amadeirados marcam o estilo de Ren Nolasco, ilustrador não-binárie que transforma o trivial em fantástico. Qualquer coisa vira arte nas habilidosas mãos destu cearense. Fauna e flora criam as mais etéreas criações, mas algumas obras transcendem o papel. Uma das criações mais impressionantes de seu acervo é um relógio inspirado em Doctor Who. 

Leo Ceszar

Leo Ceszar Castelo Animado
Leo Ceszar Castelo Animado

Cria da Zona Norte do Rio de Janeiro, conhecer Leo Ceszar é uma verdadeira experiência, pois sua presença transpira arte. Em todas as participações do multiartista em eventos, ele aparece fantasiado de um novo personagem mágico. O queridinho da Poc Con 2024 foi o Howl, do filme do Studio Ghibli “O Castelo Animado“. Para o evento, o carioca preparou uma nova ilustração inédita inspirada neste anime. Em entrevista, ele explica que acabou se tornando uma das artes da qual tem mais orgulho de ter produzido.

“Eu demorei muitas semanas para fazer ela. Foi um desafio que eu quis colocar para mim mesmo: de fazer uma arte bem complexa, com vários momentos do filme,” conta Leo ao Gueto Geek. “Eu terminei ela faltando 30 minutos para o meu ônibus chegar, que ia me levar para São Paulo para chegar na Poc Con.”

Leo Ceszar, ilustrador

Seu estilo pega a estética de anime e exagera para ampliar a sensação que quer passar com aquela obra. Pode ser uma textura que lembra giz de cera, mais inocente e adorável, ou um traço bem geométrico e angular, que acentua o lado mais ousado de suas produções. Estrelas também são um elemento comum em suas obras, brilhando os olhos dos personagens ou compondo o cenário. Como quer que seja — em ilustrações, peças de teatro, vídeos ou animações — Leo Ceszar tem uma presença marcante e nunca passa sem ser percebido.

Gregory Alecsander

Gregory Alecsander Dungeon Meshi
Gregory Alecsander Dungeon Meshi

Também conhecido como Greg Senpai, Gregory Alecsander é um artista gay muito celebrado entre os fãs de Pokémon e homens maduros. Apresenta uma estética rica em influências, que controla bem a iluminação para conseguir um resultado mais plano. Um olhar mais atento percebe a mistura elementos de revistas antigas com mangás e até cartões postais.

No passado, o autor experimentou com a criação de seus próprios mangás de Pokémon que mergulhavam em aspectos negligenciados por produções oficiais da franquia, como a vida cotidiana no slice of life My Pokémon Family. Atualmente desenvolveu uma leve obsessão pelo anime Dungeon Meshi, que resultou na criação de obras bastante inspiradas.

Em breve traremos mais artistas para você conhecer!