Review: Fatal Fury City of the Wolves é complexo e impressionante, mesmo com suas falhas

Novo Fatal Fury é um dos jogos de luta mais complexos e divertidos da atualidade!

A SNK antigamente um estúdio que batia de frente com a Capcom passou por seus maus momentos e vem aos poucos tentando retornar seus dias de glória. Desde The King of Fighters 14, um jogo duramente criticado em basicamente todos os seus aspectos, o estúdio vem aprendendo com seus erros e aos poucos aprimorando e conquistando novamente seus fãs.

Mas ao invés de trazer mais uma edição de seu nome mais conhecido, o estúdio decidiu relembrar um nome que estava esquecido, Fatal Fury. Depois de mais de 20 anos sem uma nova adição, City of the Wolves traz todos os aprendizados da SNK de seus últimos projetos, mesmo que ainda tenha algumas coisas para se aprender.

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Complexo, explosivo e metódico

The King of Fighters é conhecido por ser uma franquia bem mais difícil de aprender do que Street Fighter, mas igualmente recompensador. Fatal Fury City of the Wolves também é mais complicado que a edição mais nova da franquia da Capcom, apesar disso, comparado a jogos anteriores da SNK ele é bem mais fácil de se entender, o que não quer dizer que é uma produção menos complexa.

O destaque do novo Fatal Fury é o seu sistema REV que engloba uma variedade de mecânicas diferentes que definem o rumo do combate. O primeiro grande destaque do sistema é o S.P.G que está ligado ao Ataque REV.

Selective Potential Gear, ou SPG é um momento onde seu personagem terá dano aumentado e pode realizar o Ataque REV, um golpe que une ofensiva e defensiva, já que é capaz de absorver alguns golpes inimigos. O SPG é definido na seleção de personagem, onde o jogador pode escolher se será quando sua vida estiver completamente cheia, na metade ou no fim.

O sistema dita um pouco o ritmo da partida e como cada jogador deve reagir. Se seu inimigo estiver com SPG ele será mais perigoso então é preciso tomar cuidado ou então colocar tudo em jogo para tirar toda a parte da vida que permite ele ficar nesse estado aprimorado.

Em especial essa mecânica dá muita personalidade para cada jogador, já que é bem possível que seu estilo de jogo seja definido por isso. Seja algo mais agressivo com o SPG ligado já no início da luta, ou então algo mais metódico, minando seu oponente aos poucos e deixando o momento fortalecido como uma carta na manga ao fim da partida.

O outro potencial do sistema REV é em relação aos golpes especiais. Cada golpe pode ser fortalecido, gastando um pouco de sua barra REV que vai aumentando com o uso e ao chegar ao 100% o personagem irá superaquecer se tornando impossibilitado de utilizar as versões melhoradas do golpe.
Mas além do dano aumentado a versão aprimorada do golpe permite que o personagem utilize um outro golpe especial cancelando o anterior no momento certo, permitindo alguns golpes extremamente mirabolantes e que causam uma quantia significativa de dano.

Por fim, a outra mecânica que deve ser mencionada são as fintas. Certos golpes podem ser parados em determinado momento, enganando seu oponente, fingindo que vai arremessar um projétil. A finta pode ser ofensiva também, já que com o cancelamento é possível fazer diferentes combos.

Todos os sistemas de Fatal Fury City of the Wolves reforçam uma simples coisa, agressividade é a palavra chave das partidas. Tudo nas lutas é construído para tentar fazer pressão constante no seu oponente e tirar o máximo de vida dele com cada soco que passa pela sua defesa.

Aprender todos esses sistemas pode parecer muito difícil e talvez isso nos leve ao maior acerto de City of the Wolves. Cada um desses cancelamentos e encaixa de golpes especiais são extremamente intuitivos devido a animação dos personagens. É fácil entender onde determinado golpe poderia parar e qual outro especial encaixa naquele momento, resta somente o jogador conhecer o básico do jogo de luta.

Mas caso o jogador mais casual queira somente ver os especiais explosivos na tela, o jogo oferece o estilo prático de controle, uma forma simplificada de jogar assim como os outros jogos de luta recentes, dando acesso a combos e especiais ao apertar somente um botão.

Rostos novos, antigos e até inesperados

O elenco conta com 17 personagens trazendo rostos já conhecidos com um novo visual, como é o caso de Terry, May e Billy Kane e também novos rostos como Preecha e Vox Reaper. Mas a surpresa fica para os dois personagens convidados, Cristiano Ronaldo e o DJ Salvatore Ganacci.

Enquanto o jogador de futebol incorpora os movimentos com a bola em combate, Salvatore Ganacci em um primeiro momento parece um personagem piada. Seus golpes exagerados e desastrados dão um charme diferenciado ao DJ, o que o tornou um personagem bem popular entre os jogadores.

Mas fora das lutas temos alguns deslizes de City of the Wolves e também um de seus maiores destaques. O modo edição de cores é uma das coisas mais legais adicionadas a um jogo de luta nos últimos anos.

A função permite que o jogador altere as cores de diversas partes dos personagens, seja sua roupa ou acessórios menores, permitindo que ele crie sua “skin”. Em contrapartida, os modos singleplayer deixam a desejar.

O grande modo disponível é o Episódios de South Town que mistura sistemas de RPG como aumento de nível e habilidades com lutas um pouco diferentes, seja com objetivos específicos ou mais de um adversário. Ao escolher um personagem podemos acompanhar um pouco de sua história explorando a cidade que detém o legado de Geese Howard.

O modo não é muito interessante, parecendo somente um modo arcade um pouco mais implementado, junto de histórias que não são nem um pouco interessantes. Mesmo assim o jogo consegue acertar e muito em seu visual. A mudança para o 3D dos jogos da SNK não foi nem um pouco bem recebida com a chegada de The King of Fighters 14, mas o estúdio foi aos poucos aprendendo a trazer um visual belo para seus personagens, mesmo que não seja a pixel art que os fãs antigos pedem até hoje.