Review: Lollipop Chainsaw RePOP nos lembra o porquê de remasters existirem

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Doze anos depois de seu lançamento, Juliet está de volta

Não é novidade que o mercado de games está superfaturado. Entre um PlayStation 5 Pro custando 700 dólares até portabilidades para PC caras e cheias de bugs, a verdade é que as empresas parecem ter esquecido algo importante no mercado de games em nome do lucro: a preservação histórica. Retornando mais de dez anos desde seu lançamento, Lollipop Chainsaw RePOP é uma lembrança de que remakes e remasters são um meio de tornar obras incríveis mais acessíveis.

O que você precisa saber sobre Lollipop Chainsaw RePOP?

Ficha Técnica

Capa de Lollipop Chainsaw RePOP

Título: LOLLIPOP CHAINSAW RePOP

Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC

Data de Lançamento: 12 de setembro de 2024

Gênero: Hack and Slash

Desenvolvedora: DRAGAMI GAMES

Distribuidora: DRAGAMI GAMES

Descrição: Juliet, a lendária caçadora de zumbis, voltou em 4K!

De volta a uma época mais simples

Lançado em 2012 para PlayStation 3 e Xbox 360, Lollipop Chainsaw trazia uma história carregada de um fanservice amenizado por sua narrativa exagerada cheia de monstros carismáticos e uma protagonista tão inocente quanto mortal.

Porém, assim como diversas outras produções da época, o jogo caiu no esquecimento, podendo ser acessado apenas através de sua mídia física — superfaturada nas lojas — ou por meio pirata. 

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Remaster não esquece de se manter divertido e colorido

Foi assim que a história de Juliet, uma líder de torcida e caçadora profissional de zumbis, chegou ao fim. Ou, pelo menos, era o que pensávamos. Assim como os zumbis de Lollipop , Juliet retornou; Doze anos depois, recontando sua história com as mesmas fantasias exageradas, apelo sexual duvidoso e, claro, seu habitual gosto de pirulito de morango.

O que Lollipop Chainsaw RePOP acerta?

Mas, por que retornar justo agora? Como dito anteriormente, Lollipop Chainsaw RePOP não se trata de uma reimaginação alterando detalhes do jogo original como aconteceu com Resident Evil 4. Pelo contrário, o novo jogo traz uma melhoria nos gráficos, pequenas alterações na jogabilidade, além de uma tradução nacional; Mas, no geral, se mantém o mesmo.

Por essa falta de mudanças significativas, a pergunta persiste: Por que trazer Lollipop Chainsaw de volta? Com roteiro de James Gunn e Masahiro Yuki, a história de Juliet não é muito diferente da de outro ícone feminino e matador de demônios do mundo dos jogos: Bayonetta

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A história de Juliet retorna as plataformas sem grandes alterações

Assim como a bruxa, a caçadora de zumbis nos lembra que ser sexual não é um empecilho para derrotar os monstros mais assustadores. De certo modo, parece quase uma piada trazê-la de volta em uma época onde estamos em um constante debate sobre sexualidade e feminismo.

A única questão é que Lollipop Chainsaw nunca se levou a sério. Todos os seus absurdos são, de fato, apenas absurdos. Uma forma de ridicularizar o próprio mercado que insiste em transformar mulheres apenas em objetos descerebrados e de saia. Trazer Juliet de volta em sua forma “integral” é como reviver 2012, assim como também respirar com alívio por termos seguido em frente sem alguns tropos da cultura pop.

O que não funciona em Lollipop Chainsaw RePOP?

Porém, se a decisão mais acertada de Lollipop Chainsaw RePOP foi optar por um remaster ao invés de um remake, esse também parece ser o grande problema do jogo. Mesmo com as melhorias na jogabilidade, cada movimento da personagem exala a época em que foi feito.

O que significa lutas com chefes que são interrompidas com frustração após perceber que a câmera não irá se mover como você quer. Ou, quando, após uma minuciosa exploração, você percebe que existe apenas um caminho para a fase. Isto é, uma linha reta em direção ao seu objetivo.

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Combos, pontuação e muita diversão continuam sendo o carro chefe do jogo

Em 2012, com uma quantidade menor de jogos disponíveis e a dificuldade das plataformas em tornar a experiência do usuário mais simples, essas questões passavam despercebidas. Porém, hoje em dia, geram engasgos que se tornam lástimas após ver o valor cheio do jogo.

Lollipop Chainsaw RePOP, assim como outros remasters e remakes, sofre de um preço, no mínimo, duvidoso. Custando o mesmo de lançamentos recentes, é impossível não questionar o porquê de uma produção como essa custar tão caro.

A verdade é que, após algumas horas no mundo de Juliet, a única resposta possível para isso parece ser a preservação histórica. A necessidade de manter algumas histórias vivas mesmo quando estúdios e grandes empresas parecem decididos em fazer o contrário ao tomar tantas decisões questionáveis.

Lollipop Chainsaw RePOP

Junno Sena

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Visual
Jogabilidade
Nostalgia

Veredito

Lollipop Chainsaw RePOP é a pedida certa para quem quer um Hack and Slash divertido e sem grandes pretensões. Porém, é válido questionar se vale pagar o preço cheio por ele.

3.8

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